Sentidos

Porque eu já só sinto que se não volto perco o foco e a paisagem
Fica dentro da redoma uma marca sem miragem
E do centro que me trazem as palavras de ninguém
Ouço gritos que me inundam e me ferram e já não vejo bem

Aprendo pelo caminho que a perda dá bagagem
E que o olhar atento dá insónias na almofada
Apedrejada a memória com um resto de certeza
Ao ver cair a pique a linhagem dos que vivem na pureza

Salto rios sem cadência e já não domino os céus
Se o que resta é insanidade prefiro dizer adeus.
Se do certo só a morte e o todo ela transforma
Sou o mote do eterno que ao passado fecha a porta

Eu só prefiro dizer adeus...
Para estar mais perto de deus...
Só prefiro dizer adeus...

Porque eu já só sinto que a volta é caminho sem bagagem
É honra na abordagem sem miragem que transmito
É deslumbre pelo eterno conseguir renovar vida
É completude intima numa existência integra

Respira sobre o momento da partida, vê a chegada do motivo ao avanço
Repara que a entrada é saída se tudo
é um círculo e se mantém com balanço
Propaga, pondera mas vinga, é o entretanto que alimenta a corrida
No tempo certo e há sempre o tempo toda a verdade se explica

Eu só quero dizer olá...
Pra viver o lado de cá
Deu-se a volta como a ida
Nesse passeio a contramão refletido
Foi a ânsia ausente transferida para um agora coração cheio.

Nada é insubstituível a não ser a substituição
E assim canto fogo que me queima e renasce a minha pulsação
Para que o sempre seja hoje
E que nunca mais se conte o existir.

Se a miragem fica ao longe
Quem de mim será no que há-de vir...?!...



Credits
Writer(s): Joao Pedro Monarca Filipe Mexia, Diogo Correia Dias, Lia De Lima Castro
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