Numa Tarde de Céu Azul

Numa tarde mormacenta
Ao tranquito no banhado
Vai um gaucho num mouro
Atrás dum cusco assoleado

De vez em quando o cusquito
Olfateando rastreia um trilho
E volta pra sombra do pingo
Que segue o rumo tranquilo

O mouro vara uma sangua
Com a água acima do flanco
Saltando pingos de prata
Até chegar no barranco

Como uma estrela cadente
Surge um martim pescador
Se vai levantando no bico
Um lambari descarnador

Dispara um lote de avestruz
Pela várzea desparelha
Enquanto as nuvens do céu
Lembram um rebanho de ovelhas

Um João grande solitário
Pensativo e ensimesmado
Fica a pescar as tristezas
Na solidão do banhado

É lindo olhar pro Rio Grande numa tarde de céu azul
Não tem nada mais bonito que o infinito
Beijando os campos verdes do sul

É lindo olhar pro Rio Grande numa tarde de céu azul
Não tem nada mais bonito que o infinito
Beijando os campos verdes do sul

Um bando de quero-quero
Revoa a planície rasa
Que nem uma tribo alada
De lança embaixo da asa

Lá no alto, no azul do céu
Cruza uma garça voando
Parece um lenço de adeus
De algum amor acenando

Um corujão tresnoitado
Solta um grito de mau agouro
Enquanto a tarde se vai
Levando um gaúcho num mouro

É lindo olhar pro Rio Grande numa tarde de céu azul
Não tem nada mais bonito que o infinito
Beijando os campos verdes do sul

É lindo olhar pro Rio Grande numa tarde de céu azul
Não tem nada mais bonito que o infinito
Beijando os campos verdes do sul



Credits
Writer(s): João Sampaio, Luiz Bastos, Odenir Dos Santos
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