Meu Irmão Têm pelo Oveiro

Meu irmão tem pelo oveiro
E sangue de procedência
Iguais a razão de um couro
Manchado de existência
Ô, ôia

Não venceremos tropilha
No descampado do ventos
Tal qual as vossas raízes
Na antiga face dos tempos

Talvez o campo consuma
O verde que nos encerra
Deixando apenas silêncio
Das almas da mesma terra

Nossos olhos dizem muito
E nunca falam em vão
O burço que vem por manso
Sempre esconde algum tirão

Outra!

Meu irmão tem pelo oveiro
Com ares de castelhano
Sorte não ser aquele outro
Que só davam por engano
Ha, ha

Companheiro traz coragem
Na geografia das bragas
Grito os índios no lombo
Emudecendo a cigarra

Sobra fibra e falta arreio
Na cor mestiça do irmão
O pelo oveiro nos conta
De geada, sereno e galpão

Manchas que nos agarram
Num bangueirão de história
Ainda não são de sangue
As manchas da minha memória



Credits
Writer(s): Jari Terres, Otávio Lisboa
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