Meu Redomão Colorado

Eu larguei meus quatro tentos
Nas aspas de uma gaviona
Com quem não tem argumento
Somente o laço funciona

Era uma vaca zebua
Bisneta de um touro alçado
Tive que abraçar nas puas
Meu redomão Colorado
Tive que abraçar nas puas
Meu redomão Colorado

Quase não chego na bruxa
Que era cruzada com vento
Quem é da lida gaúcha
Sabe escolher o momento

Quando senti o mundo escaço
Abri meu pingo na hora
E enderecei o meu laço
Pra ela não ir embora

Meu potro vinha judiado
Da doma e do tempo feio
Andava meio delgado
Mal apertando os arreio

Nessa corrida forçada
Quase que se desencilha
No que a vaca foi laçada
A cincha foi pras virilhas
O potro escondeu a cara
A vaca veio chegando
E eu tive a impressão bem clara
De ver o mundo acabando

Até parece um castigo
Mas vento ataca
E eu vi meu couro a perigo
Nas aspas daquela vaca
Eu vi meu couro a perigo
Nas aspas daquela vaca

Saltei de cima ligeiro
Pensando na situação
Pra não largar meu parceiro
Pulei com a rédea na mão

Meu flete tem seus defeito
Mas não quero descuidado
Por certo só um mau sujeito
Não preza o próprio cavalo

Cortei o laço em seguida
A vaca se foi embora
Pra sempre ficou perdida
Uma roseta de espora

E quando a Lua acendê-la
Refletindo pirilampo
Contará para as estrelas
Mais esta cena de campo



Credits
Writer(s): Jari Terres, Rodrigo Bauer
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