Poncho Pátria

Visto este poncho, que por algo é poncho pátria
Antiga peça formadora de querências
Galpão de estância que saiu pras invernadas
Casa, que inchada, dessombreio em resistência

Fogo que anda em baietas de coronilha
Pinta a coxilha em negrumes de picumã
E guarda o cheiro do gado pela manhã
Se levantando entre ronda e massanija

E fomos troncos, tapados pela geada
Entre arueira, pitangueiria e ticum
Que um fim de maio nos branqueou de madrugada
Rondando a tropa na costa do Inhatium

E fomos troncos, tapados pela geada
Entre arueira, pitangueira e ticum
Que um fim de maio nos branqueou de madrugada
Rondando a tropa na costa do Inhatium

Da lã mais nobre de una marrada oriental
Velo tingido com tintura de raiz
Meu poncho é traço do mapa meridional
Redesenhando a figura do meu país

Eu desconheço traste que seja mais bamba
Que um poncho pátria pelos ombros de um paisano
Um toldo aberto pela crina e pela anca
Montando el gaúcho pelo solo americano

Meu poncho pátria foi farda de regimento
Foi armamento em pátio de Pulpería
E amansou a força bruta em cada vento
Pra embalar o mundo gaúcho que nascia

Meu poncho pátria foi farda de regimento
Foi armamento em pátio de Pulpería
E amansou a força bruta em cada vento
Pra embalar o mundo gaúcho que nascia

E amansou a força bruta em cada vento
Pra embalar o mundo gaúcho que nascia



Credits
Writer(s): Jari Terres, Sérgio Carvalho Pereira
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link