Little Boy

Eu sempre fui acostumado à ser considerado o mais capacitado
Mas sem peito pra bater de frente, isso ficou de lado
Ambicioso de um jeito asqueroso e revoltado
Eu tinha tudo pra dar certo, mas fiquei estagnado

Sei que é só o começo, porém o preço fez o avesso
É um peso que eu não mereço
Preso nesse mesmo intenso abismo desde cedo vendo tudo sendo destruído
É tenso: penso que não to surpreso

Convencido à não ser convencionado
À querer respirar sempre um ar não-condicionado
Prepotente, e talvez por isso, superestimado
Pelo menos eu sou eu, sem semblante falsificado

Sem sorriso falso, não colo em social
Conciso, sem um siso prejudicando meu verbal
Juízo inciso; repriso o enxague bucal
Aviso: já viso o riso griso da excisão dental

Já perdi tempo demais esperando o tempo passar
Com clientes na porta, vou botar o sonho pra assar
Não posso dormir, logo aqui, no meio dessa praça
Nem confiar minha noite de sono em falsos parças

Por isso eu mesmo emito o meu próprio crachá
Ficar longe dessa creche, não crescem; fechem a caixa de pandora
Agora é a hora, segunda marcha pra minha marcha imperial
Faixa preta, vem pro pau

O fato: quem não é visto, nunca vai ser lembrado
Mas muitos procurando a luz do holofote foram cegados
Não sou chegado em ficar aceso com esse brilho falso
Então presta atenção, fiz minha consciência ser meu pastor alemão

Por favor então, fica longe do cercado
Só uma dica de irmão, pra não ser devorado
Já que tá com fome de leão, mesmo alimentado bem
Adestrado à não dar a pata pra vacilão que só vem quando convém

Cuide com a sirene, aqui é sem alarme falso
Não serene, nem semeie esse seu alarde crasso
Eu só faço o meu passo ser solene
Eu sei que arde, mas já é tarde, vou jogar mais querosene

E sem nem ter um exército, eu venci a guerra perene
Sei que mentem, então ensinei meu gene a não dizer mayday
Não assinei, nem acenei pra nada que me condene
Sensei na arte de por à parte esses que são... quem?

Meus versos são from hell, logo não vou pro céu
Pra mim, isso é um troféu, prefiro ser o réu
Do que ir pra esse bordel fingindo ser gospel
E ainda ganhar um nobel? Fujo desse tropel

E é o fingimento dessa gente tosca que me irrita
Fosca, que nem a mosca dentro da sua barriga
E tem quem diga que sem briga é guerra não vencida
Ideia vendida pra gente cansada, que tá rendida

É que meu ultraje é o traje
Nesse baile de gala sei como vocês reagem
Sei que agem como se minhas falas fossem balas, como de praxe
Mas pra se defender fingem que o sangue é tinta guache

Mas to aqui pra pintar a monalisa, no mínimo
Por isso me intimo à não ser tímido, quase mímico
Mítico químico lírico, cítrico no feat com poesia e ritmo
Não vim do zero, eu vim do menos cinco



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