Fogaças

Deitam-se as bênçãos é o fim da procissão
E o mercado já só tem uma luz acesa.

A Laborins falta um vinho do Dão
E a chouriça do Zé assou sem pão
Tem de ir assim já não há tempo
E eu só tento encontrar um canto

Broa, morcela e o licor
Tudo temperado com amor
Uma chanfana e a garrafa de água-pé
Pois, assim é, tudo a dar mais e eu aqui

Na ala à esquerda ata-se o último laço
O Luís Maurício inaugura o bagaço
Sentam-se frades, os fregueses e as elites
Fogem os putos, as pequenas e os petites.

O sobe e desce já chama a atenção
Falta na perna tem no coração
E eu que não queria estou desperto

O Tó e a Céu já se estão a picar
E já se ergue outra mão no ar
Tudo a dar mais e eu aqui

Dois e meio, três e o cabaz está entregue
Ao emigrante retornado ao seu albergue
Fazem a festa à grande e à Portuguesa.

E até o avô Julião
Se transformou num folião
E à luz da lua eu percebo que a fogaça
principal é a que se compra em comunhão.

Meu corpo cede ao festival
E quer se dance bem ou mal
Tudo a dar mais será que aqui
Vendido!



Credits
Writer(s): Francisco Mendes, Gabriel Tocha, João Morgado, João Pinto, Pedro Falacho, Tiago Silveira
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