Unbrela

Que será que tem de errado com o mundo?
Usando guarda-chuvas para não chover gente?
O problema não está sendo essa crise (o que será?)
Já faz tempo que o planeta tá doente

Nesse papo alucinado, muitos correm por malote
Meu povo, assassinado, para um bus até que lote
A sardinha da manhã, quase ninguém vai comer
Deram só 600 contos para tentar sobreviver

Roubaram um milhão, viajaram pra Milão
Liberaram essa migalha e diz que: Nossa, ostentação
Não faz mais que obrigação, não tanko esses cuzão
Dividindo meu BR, os polis de estimação

Criança estuprada, aborto se discute
O importante é ganhar palco, não importa o quanto custe
Papo de cancelamento e linchamento virtual
Desviando o que interessa por uma justiça banal

Iludido se achando que por isso tá lacrando
Na internet um comédia é uma gota no oceano
Menor desvirtuando, não tem nem uns 12 anos
Ela tinha oito anos, bala saiu de qual cano?

Resposta a gente sabe, galera passa pano
Ah! Esse governo, quem que causou esses danos?
Isso tudo é tão insano, minha mente vai a mil
Só metade desse tempo na história do Brasil

Vieram falar merda porque comecei no acústico
Pra não mostrar para eles que meu estilo é rústico
Mal sabem que a caneta, há muito tempo calibrada
É o grito da minha alma, então me ouçam a qualquer custo

Acharam que eu pisaria em ovos num terreno
Onde os olhos desses lobos 'tão com travas
Me difiro desses só bola na trave
Onde qualquer erro é grave
Já que o jogo tá empate a muito tempo

Dê um tempo e passe reto que eu não tenho tato
Muito menos paciência pra esses otários
Querem ver o que é inferno sem dar certo pelo certo
Se até Deus escreve torto, por que farei o contrário?

Já perguntaram a fórmula do meu sucesso
E a verdade é que eu nunca notei o meu progresso
O que motiva o meu discurso corre dentro do meu pulso
Faço isto no impulso de saber o que me aquece

Tentando dar a voz a quem merece isso
Somente para quem tá pelo compromisso
De manter a aliança, no dilúvio não descansa
Dando palco a gente estranha, então eu não serei omisso

Disseram que não sou malandro por não ter Cyclone
Pergunto: De quem é a voz tocando no teu fone?
Malandro que é malandro corre para não passar fome
E não pra ser pseudo-bandidinho, swag da cor do danone

Galera quer escama só para ser notado
Parado pelos canas, não dá nada, mas é claro
Se porta roupa cara, esses caras já têm tara
Mesmo assim nós força a barra
Tu assiste de mãos atadas

Só que não vejo algemas prendendo tua mão
Sabendo que é inocente, tu tem opção
De abrir a tua boca ou abrir a tua boca
Como vai comprar tua roupa
Sem parar no camburão?

Já vejo na carteira só os caramelos
Fazendo o corre certo sem dar uma de donzelo
Falaram do sistema, perguntaram se é justo
Respondi com esse tema e os caras ficaram puto
Os caras ficaram puto



Credits
Writer(s): Seu Barbosa
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