Minha Vida, Meu Inimigo
Solta teu filho dos ombros
Contempla o teu inimigo
Detrás dos seus olhos redondos
Refugia-se um invisível perigo
Carne da tua carne
E carne da sua mãe
A doença não perece
A doença é carne também
Em alas azafamadas
Desviam-se as batas brancas
Acodem preces aladas
Que todo o mundo espantam
Ante a porta entreaberta
Aguardas para te recompor
Ultrapassada a ombreira
A sala alberga todo o tipo de dor
Vi-te operado
Vi-te brincar com sabão
Agora na cama deitado
Vislumbro o teu novo cordão
Vituperado
Pela insolência da injustiça
Ousaram cavar
A tua face roliça
Cada sala um pranto
Cada pranto uma tentativa
Cada tentativa um desejo
De obsoletar a sua lida
Louvados os que nos corredores
Com as mãos agarram serpentes
As inibem e convertem
Em benefício dos doentes
Foram anos de faca
São confortos de amigo
Serão brados sem respostas
Para um indizível castigo
Lágrimas jorram em torrente
Revestem a ribanceira
Que mais escorregadia se torna
Quanto mais o teu corpo se abeira
Na cerimónia atenuante
A tradição esmaga o pensamento
Para que os vivos se possam se congregar
Sem implodirem por dentro
Ergues olhos ensanguentados
Miras a cruz que o tortura
Por que razão lhe impingiste
Uma vida tão pior que a tua?
Para onde vai agora a mente?
Para onde se dirige a vida?
Quando por mais que deveras tente
Se vê, sem recurso, perdida?
A existência não é uma ilha
Certamente não a do Homem condenado
Que tudo isto trocaria
Por uma cela de metro quadrado
O sol põe-se de novo
Mas é a terra que obedece cativa
Despreocupados são
Os que na verdade nos dão a vida
E contra a matéria irracional
Investe a mente apaziguada ao reflectir
Sobre o seu fim igualmente desprezível às mãos
Do implacável devir
Solta-se o grito num estrondo
Já não quero nada contigo
Medimo-nos ombro a ombro
Minha Vida, Meu Inimigo
Onde a clareza é gritante
E a tristeza garantida
Medimo-nos ombro a ombro
Minha Vida, Minha Inimiga
Contempla o teu inimigo
Detrás dos seus olhos redondos
Refugia-se um invisível perigo
Carne da tua carne
E carne da sua mãe
A doença não perece
A doença é carne também
Em alas azafamadas
Desviam-se as batas brancas
Acodem preces aladas
Que todo o mundo espantam
Ante a porta entreaberta
Aguardas para te recompor
Ultrapassada a ombreira
A sala alberga todo o tipo de dor
Vi-te operado
Vi-te brincar com sabão
Agora na cama deitado
Vislumbro o teu novo cordão
Vituperado
Pela insolência da injustiça
Ousaram cavar
A tua face roliça
Cada sala um pranto
Cada pranto uma tentativa
Cada tentativa um desejo
De obsoletar a sua lida
Louvados os que nos corredores
Com as mãos agarram serpentes
As inibem e convertem
Em benefício dos doentes
Foram anos de faca
São confortos de amigo
Serão brados sem respostas
Para um indizível castigo
Lágrimas jorram em torrente
Revestem a ribanceira
Que mais escorregadia se torna
Quanto mais o teu corpo se abeira
Na cerimónia atenuante
A tradição esmaga o pensamento
Para que os vivos se possam se congregar
Sem implodirem por dentro
Ergues olhos ensanguentados
Miras a cruz que o tortura
Por que razão lhe impingiste
Uma vida tão pior que a tua?
Para onde vai agora a mente?
Para onde se dirige a vida?
Quando por mais que deveras tente
Se vê, sem recurso, perdida?
A existência não é uma ilha
Certamente não a do Homem condenado
Que tudo isto trocaria
Por uma cela de metro quadrado
O sol põe-se de novo
Mas é a terra que obedece cativa
Despreocupados são
Os que na verdade nos dão a vida
E contra a matéria irracional
Investe a mente apaziguada ao reflectir
Sobre o seu fim igualmente desprezível às mãos
Do implacável devir
Solta-se o grito num estrondo
Já não quero nada contigo
Medimo-nos ombro a ombro
Minha Vida, Meu Inimigo
Onde a clareza é gritante
E a tristeza garantida
Medimo-nos ombro a ombro
Minha Vida, Minha Inimiga
Credits
Writer(s): Duarte Saldanha
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