A Vida É Uma Peneira
Longe de ti e perto do sonho
Perto das favas, longe de tentar
Pudera ser eu mais que um tristonho
Puderas ser tu mais que uma porta a fechar
Longe de mim e perto de um estrondo
Perto dos molhos e longe do lar
Correm-se riscos pois recompensam
O fruto é fugaz e o revés vai durar
A Vida é uma peneira logo à partida
Uma longa partida antes da partida
Fecham-se os folhos, cobrem-se os olhos
Cerram-se os punhos e o desejo de lutar
Forra-se o nada, esburaca-se a estrada
A casca está dura mas a descascar
Dentes prudentes estão bem assentes
Escondidos rangem sem ameaçar
Bizarros desenhos com que apanho
As manchas estultas com que me ando a cegar
A Vida é uma peneira logo à partida
Uma longa massagem na carne dorida
Queridos amigos dos quais me despeço
Sem saber se os hei de tornar a olhar
Quem serei eu, o joio ou o trigo?
E com que afoiteza os irei saudar?
O jantar é longo, tal como a mesa
O que quer que aconteça não hei de opinar
Encontro alguém que me olhe e me sirva
Mas junto às travessas não me hei de sentar
A Vida é uma peneira logo à partida
A largura dos furos não é decidida
Vejo a rua onde nasci
Um supermercado veio para ficar
No andar de cima dez escritórios
E a funerária no último andar
Caíram os canteiros, ergueram-se postes
Vergados por coches num vai e vem
O filho da Ester quedou-se num deles
Era bom rapaz e saía-se bem
A Vida é uma peneira logo à partida
Os teus olhos o crivo minha querida
A Vida é uma peneira logo à partida
Arco o teu barroco na minha subida
Perto das favas, longe de tentar
Pudera ser eu mais que um tristonho
Puderas ser tu mais que uma porta a fechar
Longe de mim e perto de um estrondo
Perto dos molhos e longe do lar
Correm-se riscos pois recompensam
O fruto é fugaz e o revés vai durar
A Vida é uma peneira logo à partida
Uma longa partida antes da partida
Fecham-se os folhos, cobrem-se os olhos
Cerram-se os punhos e o desejo de lutar
Forra-se o nada, esburaca-se a estrada
A casca está dura mas a descascar
Dentes prudentes estão bem assentes
Escondidos rangem sem ameaçar
Bizarros desenhos com que apanho
As manchas estultas com que me ando a cegar
A Vida é uma peneira logo à partida
Uma longa massagem na carne dorida
Queridos amigos dos quais me despeço
Sem saber se os hei de tornar a olhar
Quem serei eu, o joio ou o trigo?
E com que afoiteza os irei saudar?
O jantar é longo, tal como a mesa
O que quer que aconteça não hei de opinar
Encontro alguém que me olhe e me sirva
Mas junto às travessas não me hei de sentar
A Vida é uma peneira logo à partida
A largura dos furos não é decidida
Vejo a rua onde nasci
Um supermercado veio para ficar
No andar de cima dez escritórios
E a funerária no último andar
Caíram os canteiros, ergueram-se postes
Vergados por coches num vai e vem
O filho da Ester quedou-se num deles
Era bom rapaz e saía-se bem
A Vida é uma peneira logo à partida
Os teus olhos o crivo minha querida
A Vida é uma peneira logo à partida
Arco o teu barroco na minha subida
Credits
Writer(s): Duarte Saldanha
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