Coisas no Vento (feat. Kass)
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
Farturas e Sumol na goela
Festas de São Miguel, caçadinhas na capela
Aventuras na minha bike amarela
Pelotão de catraios aos malhos pelas ruelas
Não nos damos parados, só queremos disparate
Descarados, desviamos arames e um alicate
Levamos morfes e uma bola debaixo do braço
Bofes de fora a montar uma cabana lá no mato
À caça do grilo ou da sardanisca
Na mochila, tazos, gameboy e fisga
Na Sede em Astromil, humilde trapezista
Baloiço só para quando tocar no céu acima
Briol no corpo, bombazine e um gorro
Perfume vem do fumo da lenha a moer no forno
E no recreio já sinto o cheiro a Outono
Saltar à fogueira, castanhas com sal grosso
Tão doce a casa da Dona Sofia
Famel do Seu Manel, vicia o cheiro a gasolina
Pai bate uma manilha e dá-nos trocos p'ra gorilas
Mãe bate na vasilha açúcar, ovos, margarina
Despertador às sete da matina
P'ra capital do móvel, galinhada na carrinha
Na Rádio Arouca eu ouço uma concertina
E o fedor na mala dá-me uma volta à barriga
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
Odor, ó dor, ode de dissabor
Quando o teu perfume é de sangue e suor
Alegria está no fermento do sumo de uva
Nostalgia está no cheiro da primeira chuva
A corte dos porcos, o melhor das escondidas
P'ra não dar barraco vou esconder as minhas feridas
Velhas dançam vira enquanto olhamos as meninas
São marcas e cores do melhor das nossas vidas
São erros, pelos pés meto as patas
Vou estrumando o caminho, faço crescer omoplatas
Canto esta dor, sou Franco Sinatra
E a vida se perde sempre que o amor se escapa
Bola cheia cheiro a monte de infantário
Lei da selva, sobrevive quem não for otário
Viro a roupa ao contrário assim escondo a sujidade
E o cheiro a velharias leva-me à minha cidade
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
A verdade é que o tempo é um fio contínuo
Só se vive em plenitude o presente
E se prepara com segurança o futuro
Se conhecermos bem o passado
Deem-se as voltas que se derem
O passado explica em boa parte o presente
E só o conhecimento do passado
E a construção do presente
Permitem preparar sem ruptura o futuro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
Farturas e Sumol na goela
Festas de São Miguel, caçadinhas na capela
Aventuras na minha bike amarela
Pelotão de catraios aos malhos pelas ruelas
Não nos damos parados, só queremos disparate
Descarados, desviamos arames e um alicate
Levamos morfes e uma bola debaixo do braço
Bofes de fora a montar uma cabana lá no mato
À caça do grilo ou da sardanisca
Na mochila, tazos, gameboy e fisga
Na Sede em Astromil, humilde trapezista
Baloiço só para quando tocar no céu acima
Briol no corpo, bombazine e um gorro
Perfume vem do fumo da lenha a moer no forno
E no recreio já sinto o cheiro a Outono
Saltar à fogueira, castanhas com sal grosso
Tão doce a casa da Dona Sofia
Famel do Seu Manel, vicia o cheiro a gasolina
Pai bate uma manilha e dá-nos trocos p'ra gorilas
Mãe bate na vasilha açúcar, ovos, margarina
Despertador às sete da matina
P'ra capital do móvel, galinhada na carrinha
Na Rádio Arouca eu ouço uma concertina
E o fedor na mala dá-me uma volta à barriga
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
Odor, ó dor, ode de dissabor
Quando o teu perfume é de sangue e suor
Alegria está no fermento do sumo de uva
Nostalgia está no cheiro da primeira chuva
A corte dos porcos, o melhor das escondidas
P'ra não dar barraco vou esconder as minhas feridas
Velhas dançam vira enquanto olhamos as meninas
São marcas e cores do melhor das nossas vidas
São erros, pelos pés meto as patas
Vou estrumando o caminho, faço crescer omoplatas
Canto esta dor, sou Franco Sinatra
E a vida se perde sempre que o amor se escapa
Bola cheia cheiro a monte de infantário
Lei da selva, sobrevive quem não for otário
Viro a roupa ao contrário assim escondo a sujidade
E o cheiro a velharias leva-me à minha cidade
Coisas que eu mal me lembro
Habitam-me cá dentro
Mas os cheiros no vento
Desenterram momentos
Cá dentro, pequeno
P'ra sempre, p'ra sempre
Porque os cheiros no vento
Desenterram momentos
A verdade é que o tempo é um fio contínuo
Só se vive em plenitude o presente
E se prepara com segurança o futuro
Se conhecermos bem o passado
Deem-se as voltas que se derem
O passado explica em boa parte o presente
E só o conhecimento do passado
E a construção do presente
Permitem preparar sem ruptura o futuro
Credits
Writer(s): André Constante Carvalho, Jose Leal
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