Sal

Um ciclo em forma de borrão
Intenso, curto e desigual
Causado, estranho e em formação
Buscando um referencial
(n'um) existir concreto
Com o inexistir sempre por perto
À espreita a finitude que o acalentará
Justificar com um fundamento
Que inventou e fez acreditar
Num deus perpétuo e por si só
Que te consolará
A dor da morte é o que consolará o que sobrou de nós
E toda opressão do mundo tão atroz e a privação da vida
Vigas de ferro
Brigas e berros
Olhos de sal
Mágoas sem fim
Litros de fel
Nuvens sem céu
Vidas reais
Farto de mim
Uma lembrança opaca que retorna sem parar
Acorrentando os dias em memória circular
Aprisionando tudo num segundo assustador
De pânico, vertigem, pouquidade e privação
Quando te vi da ultima vez
Foi num momento tão normal
Era impossível de prever
Que aquele abraço era o final
Após então, o chão se abriu
Você desceu, não pude crer
O peso agora é todo meu
Vazio ateu, adeus você
Mas toda morte então consolará o que sobrou de nós
E toda opressão do mundo tão atroz e a privação da vida
Todas as brigas, conflitos
Todos as mágoas de ti
Toda aquela raiva toda aquela confusão

Todo o mal querer todo aquele momento ruim
Todo desconforto toda desconsolação
Todo desalento todo sentimento mal-estar
Toda desavença todo sal no coração

Todo alcoolismo todo abandono maternal
Todo amor não dito todo medo toda solidão
Todo tchau não dito suicido toda comoção
Toda enfermidade todo abandono paternal
Toda adrenalina todo vício toda suspeição
Todo arrasamento todo trauma toda acusação
Todas essas coisas se encerram no funeral



Credits
Writer(s): Caique Xavier, Felipe Vieira, Renato Rasta, Thiago Vieira
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