...E Você? / Será
Tem cabeça e coração, tem sentido e tem razão
Tem respeito e tem valor
No trabalho brasileiro, no trabalho verdadeiro
Gabriel o Pensador
Brasileiro é o que eu sou, rapper brasileiro
Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper
Ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
Mas sei que nasci no Rio de Janeiro, Brasil
Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia
Cantar assim ou assado porque eu vou me expressar
Na forma e na hora que eu escolher, aqui ou em qualquer lugar
Valorizando sempre as nossas raízes, costumes, cultura musical e em geral
Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
Você é um burro e não vê a excelente cultura
E os costumes do seu próprio país
E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis
Mas também não adianta o xenofobismo radical
Eu vou jogá' fora no lixo o que é ruim
E usar o que é bom da cultura mundial
Vou ler assistir, escutar e cantar
E nem por isso deixando de lado
A produção cultural aqui do meu lugar
E no fundo, no fundo todos os homens vieram da África
Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido
E formado aqui nessa pátria
E não se esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma
E cada sociedade cultiva suas normas
Mas junto nós todos formamos a Humanidade
Que engloba todos os seres humanos
Que podem se destacar dos outros animais pela sua
Capacidade de pensar, capacidade que muitas vezes
Não é utilizada e sendo assim não serve pra nada
Mas eu penso, penso logo existo, existo logo penso
E tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
Posso pensar na forma de rap, livro, pintura ou baião
Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar, vacilão
Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
Eu falo pra todos aqueles que querem me ouvir
E vão concordar ou discordar, talvez acordar
Talvez me seguir ou talvez me vaiar mas eu vou defecar
E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
Que eu sou apenas um rapaz latino-americano
Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
Inclusive pr'as Lôrabúrras, pros playboys pros, militares e pros crentes
Pra todos os filha da puta carentes que sofrem com a dominação cultural
Seja com a doutrinação social, militar, religiosa ou de origem internacional
Humanamente também tô do lado desses coitados que tão
No caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor
Nacional, cultural, natural e da nossa história
É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
E por culpa da gente é que nada muda no país, a miséria é permanente
Desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo
Fome, corrupção, desigualdade, povo covarde, desemprego
Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
Hoje os problemas são outros
O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
E mesmo hoje em dia é bom que se lembre
Os que trabalham não são homens livres e continuam
Escravizados como sempre, escravos é isso o que somos
Escravos da própria falta de atitude
Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude
Os mais afetados esquecem onde tão
E aplaudem tudo o que for importado
Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
Apesar de ser um terráqueo
Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do
Planeta de onde ele saiu
Esse pedaço bonito, cansado, sofrido e explorado chamado Brasil
Então se você só dá atenção para o que vem de fora
Não, me dê atenção, me jogue fora
Tchau! Vou embora
Vai!
Não! Fica aí
Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação
Que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
Que não tinha ibope porque muitos não entendiam
Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado
Pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
Na veia, na mente, na frente, nas costas, no peito
E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico
Hip Hop do meu jeito do nosso jeito, desse jeito que você nunca conheceu
Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample
Que a Fernanda Abreu (Rio 40')
É somente a capital cultural do território nacional
Que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar
Sorrindo para eles continuam negando e cuspindo
Naqueles que tão pedindo e sentindo
O gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações
Será só imaginação?
Não, não, acho que não
E se você não quer realidade então vai ver televisão
Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho
E enxergasse um covarde
Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
E apesar de você não se mexer, não sei porquê sua anta
Me escuta, de que adianta ser filho da Santa?
Melhor seria ser filho da luta
Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse
Estivesse tudo lindo e pronto
Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo
No ponto
Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
E também não sou de nenhuma tribo urbana
Porque eu não sou totalmente índio
Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue
É vergonha de ser o que eu sou
E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e
Não se dão valor
Mas eu me valorizo
Minha cabeça, minhas ideais, meus amigos
Minha liberdade de pensamento, minha terra
O chão onde eu piso, meu estilo, minha cultura
Os costumes e o povo de onde eu vivo
Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que
Depois você vai entender
E você amigo? Valoriza o quê?
Tem respeito e tem valor
No trabalho brasileiro, no trabalho verdadeiro
Gabriel o Pensador
Brasileiro é o que eu sou, rapper brasileiro
Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper
Ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
Mas sei que nasci no Rio de Janeiro, Brasil
Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia
Cantar assim ou assado porque eu vou me expressar
Na forma e na hora que eu escolher, aqui ou em qualquer lugar
Valorizando sempre as nossas raízes, costumes, cultura musical e em geral
Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
Você é um burro e não vê a excelente cultura
E os costumes do seu próprio país
E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis
Mas também não adianta o xenofobismo radical
Eu vou jogá' fora no lixo o que é ruim
E usar o que é bom da cultura mundial
Vou ler assistir, escutar e cantar
E nem por isso deixando de lado
A produção cultural aqui do meu lugar
E no fundo, no fundo todos os homens vieram da África
Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido
E formado aqui nessa pátria
E não se esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma
E cada sociedade cultiva suas normas
Mas junto nós todos formamos a Humanidade
Que engloba todos os seres humanos
Que podem se destacar dos outros animais pela sua
Capacidade de pensar, capacidade que muitas vezes
Não é utilizada e sendo assim não serve pra nada
Mas eu penso, penso logo existo, existo logo penso
E tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
Posso pensar na forma de rap, livro, pintura ou baião
Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar, vacilão
Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
Eu falo pra todos aqueles que querem me ouvir
E vão concordar ou discordar, talvez acordar
Talvez me seguir ou talvez me vaiar mas eu vou defecar
E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
Que eu sou apenas um rapaz latino-americano
Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
Inclusive pr'as Lôrabúrras, pros playboys pros, militares e pros crentes
Pra todos os filha da puta carentes que sofrem com a dominação cultural
Seja com a doutrinação social, militar, religiosa ou de origem internacional
Humanamente também tô do lado desses coitados que tão
No caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor
Nacional, cultural, natural e da nossa história
É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
E por culpa da gente é que nada muda no país, a miséria é permanente
Desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo
Fome, corrupção, desigualdade, povo covarde, desemprego
Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
Hoje os problemas são outros
O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
E mesmo hoje em dia é bom que se lembre
Os que trabalham não são homens livres e continuam
Escravizados como sempre, escravos é isso o que somos
Escravos da própria falta de atitude
Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude
Os mais afetados esquecem onde tão
E aplaudem tudo o que for importado
Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
Apesar de ser um terráqueo
Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do
Planeta de onde ele saiu
Esse pedaço bonito, cansado, sofrido e explorado chamado Brasil
Então se você só dá atenção para o que vem de fora
Não, me dê atenção, me jogue fora
Tchau! Vou embora
Vai!
Não! Fica aí
Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação
Que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
Que não tinha ibope porque muitos não entendiam
Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado
Pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
Na veia, na mente, na frente, nas costas, no peito
E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico
Hip Hop do meu jeito do nosso jeito, desse jeito que você nunca conheceu
Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample
Que a Fernanda Abreu (Rio 40')
É somente a capital cultural do território nacional
Que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar
Sorrindo para eles continuam negando e cuspindo
Naqueles que tão pedindo e sentindo
O gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações
Será só imaginação?
Não, não, acho que não
E se você não quer realidade então vai ver televisão
Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho
E enxergasse um covarde
Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
E apesar de você não se mexer, não sei porquê sua anta
Me escuta, de que adianta ser filho da Santa?
Melhor seria ser filho da luta
Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse
Estivesse tudo lindo e pronto
Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo
No ponto
Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
E também não sou de nenhuma tribo urbana
Porque eu não sou totalmente índio
Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue
É vergonha de ser o que eu sou
E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e
Não se dão valor
Mas eu me valorizo
Minha cabeça, minhas ideais, meus amigos
Minha liberdade de pensamento, minha terra
O chão onde eu piso, meu estilo, minha cultura
Os costumes e o povo de onde eu vivo
Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que
Depois você vai entender
E você amigo? Valoriza o quê?
Credits
Writer(s): Agostinho Ferreira Da Silva, Agostinho Silva, Dado Villa Labos, Dado Villa Lobos, Fabio Fonseca, Gabriel O Pensador, Marcelo Bonfa, Marcelo Mansur, Renato Russo
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