Quando Canto uma Milonga

Quando canto uma milonga
Com o silbido do vento
Eu transporto sentimento
Pro alambrado da guitarra

Com duetos de cigarra
Meu purahei se entrelaça
Ponteando a história machaça
Pra o corredor da garganta

Legendas da minha estampa
Florão do garbo da raça

Quando canto uma milonga
Eu ouço o choro do arreio
E o aroma do pastoreio
Bordado de maçanilha

Sobre o altar da coxilha
Onde o verso campeador
Com cismas de ser pastor
Quer se juntar na invernada

Pra monarquear na invernada
Sem sombras de maneador

Meu canto é a biografia
Que traz relato da pampa
De touro chairando guampas
De alçados sem costeio

De domadores e tropeiros
Romanceando a estrada longa
Até que a boeira se ponga
Pra outro canto dos galos

Por isso me sinto a cavalo
Quando canto uma milonga
Quando canto uma milonga
Minha'lma vem para os dedos
Repontar os meus segredos
Invernando nas ilhargas

Qual entrevero de carga
Trançando lanças no espaço
Meus dedos ponteiam o braço
Sobre as cordas candongueiras

Que são tentos de fronteira
Aguentando o cinbronaço

Quando canto uma milonga
Num verso de cola atada
Ressucito a madrugada
Entre os tições e fumaça

E o meu verso se adelgaça
Pra ficar melhor de encilha
Sai o ronco da virilha
Fica a força do potreiro

Pra pechar rima em rodeio
Nos campos da redondilha

Meu canto é a biografia
Que traz relato da pampa
De touro chairando guampas
De alçados sem costeio

De domadores e tropeiros
Romanceando estrada longa
Até que a boeira se ponga
Pra outro canto dos galos

Por isso me sinto a cavalo
Quando canto uma milonga

Por isso me sinto a cavalo
Quando canto uma milonga
Por isso me sinto a cavalo
Quando canto uma milonga



Credits
Writer(s): Luis Andre Da Silva Oliveira, Jari Lourenzo Terres Junior
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