Décima do Canto Verde

Meu povo, é um relato do campo que o concebeu
E de direito o deu o tempero geográfico
De contemplar o mormaço que o janeiro justifica
Ou a geada na quincha branqueando a cara do agosto

Meu povo é uma casta antiga gestando a alma do novo
Meu povo é uma casta antiga gestando a alma do novo

Os carreteiros profetas, fronteiriços, missioneiros
Domadores e tropeiros, os da estância e do galpão
Gente deste meu chão que vieram aos olhos da terra
Os que sangraram na guerra sem estancar a esperança

Martin Fierros de uma herança vertendo em cada rincão
Martin Fierros de uma herança vertendo em cada rincão

Estes irmãos de lonjuras, das pupilas temperadas
Pelas distâncias compridas, de horizontes e estradas
Quando escutam madrugadas pelas preces de seus ventos
Premeditando o sustento que o amanhecer principia

Renascem a cada dia mesclado ao rumo do tempo
Renascem a cada dia mesclado ao rumo do tempo
Hoje, Aureliano dos versos, Caetanos e outros tantos
Ao cantarem os hermanos que habitam o céu dos verdes
Não olvidem a quem pertence à raça pura das almas
E carregam madrugadas na anca dos seus cavalos

Ou tironeando o arado, engravidam as sementes
Ou tironeando o arado, engravidam as sementes

Das quatro luas charruas que a natureza desperta
Uma a uma se completa no ciclo das previsões
Quem entende suas visões, seus feitiços da existência
É quem habitas as querências timbrado de sol e ventos

Garantindo o sustento das futuras gerações
Garantindo o sustento das futuras gerações

Estes irmãos de lonjuras das pupilas temperadas
Pelas distâncias compridas, de horizontes e estradas
Quando escutam madrugadas pelas preces de seus ventos
Premeditando o sustento que o amanhecer principia

Renascem a cada dia mesclado ao rumo do tempo
Renascem a cada dia mesclado ao rumo do tempo



Credits
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link