Topo

Esta merda não é excessiva enquanto eu não pisar o topo
Que é que sabes tu de esforço?
Veste as minhas dores no corpo
Pode ser que ganhes estofo

Levitar só por um dia
Ter a paz que merecia
Liquidifica a minha vida
Deixar-me ir com a maresia
Sigo sem complicações
Eu já não paro
O meu jeito, ele é raro
E tu sabes que igualo esse feito que impões
Com um terço do palco, eu dei o meu salto
E as quedas são minhas lições
Meu corpo não seca
Ele só cresce e emana energia ao ultimar dos verões
Dei tudo
A minha forma gasta no meu canto
De cada ano que eu me esbato e tu, Solidificas como
Granito duro e tão escuro
Simplifico e explica
Eu primeiro e em cima
Hubris, obra prima
Resto eu sopro, é cinza

Não me vais ver nem parar no topo
Nem parar no topo
Não me vais ver nem parar no topo
Nem parar no topo
Não me digas onde vês que eu encaixo
Ou limites o meu tecto a baixo
Não me digas onde vês que eu encaixo
Ou limites o meu tecto abaixo
Não me vais ver nem parar no topo
Nem parar no topo
Não me vais ver nem parar no topo
Nem parar no topo
Não me digas onde vês que eu encaixo
Ou limites o meu tecto a baixo
Não me digas onde vês que eu encaixo
Ou limites o meu tecto abaixo

Ressoo como cordas na guitarra
Em cada novo acorde, nasce em mim a madrugada
Sei que virá um dia em que a minha luz se apaga
Até lá eu escrevo sonhos, sem criar eu não sou nada
São 32 verões, mas são outonos que me lembro
São medos e anseios que eu renovo desde sempre
Sinto flectir o corpo, mas não cai eu vou em frente
A palavra é minha cura daí ser tão transparente

Ebulo os meus traumas nesta sauna
Já dava para um livro, só que eu queimo sem ter calma
Nos dias rodopio, tento ser aquele que salva
Mas vejo-me submergir, sem ter pé na minha água
Não priorizo o espaço e não emancipo as emoções
Estou só no meu abraço e é assim alguns serões
Tento encontrar compreensão nestas canções
E acaba o meu reflexo a ser refém das reflexões



Credits
Writer(s): Carlos Alves, Manuel Morgado
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