Respeito

Apeio, peço licença
E por milonga abro o peito
Pra que conheçam, cantando
Porque me chamo respeito

Vivo na trança do laço
Pela consciência do couro
E entre argola e presilha
Sou o limite pra um tombo

Quando no viço da cincha
Firma do corpo, cavalo
Ou junto a boca da armada
Que vem sorrindo pra um pealo

Vem abraçado no pulso
Nos mandos da mão campeira
Quando reparto meu mundo
Entre o fiel e a soiteira

Mais firme se algum matreiro
Por suas razões se retrata
O brando quando motivo
Com vida batendo a marca

Habito no olhar do antigo
De quando estende sua mão
Pra um novo com carinho
Num beijo pede bênção

Um manuscrito de vida
Que o próprio tempo nos lavra
Antes de um fio de bigode
Sacramentar a palavra
Antes de um fio de bigode
Sacramentar a palavra

Durmo no instinto da faca
Por onde o medo se aninha
Se me despertam com gana
Do couro cru da bainha

E antes de uma aço de adaga
Já redobrei meu valor
Quando nas mãos da coragem
Fiz casa de um sangrador

E junto ao céu do palanque
Frente a inocência de um potro
Que teme os passos e a sombra
De quem golpeou tantos outros

Pela verdade no ofício
De um campo revela inteiro
Pois nunca valo de lei
Sou eu bem junto ao campeiro

Habito no olhar do antigo
De quando estende sua mão
Pra um novo com carinho
Num beijo pede bênção

Um manuscrito de vida
Que o próprio tempo nos lavra
Antes de um fio de bigode
Sacramentar a palavra
Antes de um fio de bigode
Sacramentar a palavra

Me despeço por milonga
E alço a perna ao meu jeito
Que a todos mostrei, cantando
Porque me chamo respeito



Credits
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link