Rincão Bonito

Rincão bonito, donde a éguada rasta' o toso
E o calavera baldoso com câimbra de cantador
De picardia, joga o jogo, porque gosta, com o dois
E o quatro de amostra abre o peito e canta flor

Rincão bonito, até o sogueiro é veiaco
Mas tem gaúcho de fato na trama e trança do tento
Deixa que sente se o palanque é costeador
Todos sabem o valor das cordas de fundamento

Neste rincão de fronteira, querência da gauchada
A donde por patacoada num corcoveo abre cancela
E dá-lhe boca só pra ver no campo a fora
Quem é que leva as espora mostrando a tala pra ela

Rincão bonito, de'aquel padrillo aporreado
E de índio diplomado no oficio de alambrador
Golpeia um trago se o janeiro vem caliente
Segue batendo campante cadenciando o socador

Rincão bonito, da potrada caborteira
E do índio que floreia a oito baixo no galpão
De quando em vez, em comercio de carreira
Ou num canto da mangueira nas tardes de marcação

Neste rincão de fronteira, querência da gauchada
A donde por patacoada num corcoveo abre cancela
E dá-lhe boca só pra ver no campo a fora
Quem é que leva as espora mostrando a tala pra ela

E dá-lhe boca só pra ver no campo a fora
Quem é que leva as espora mostrando a tala pra ela



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