Abertura & Orelha - Aspas.1 - Tudo que já nadei
A editora Planeta do Brasil apresenta
Tudo que já nadei
Escrito e narrado por Letrux
Bom mergulho
Navegar é preciso
Algo de muito poderoso acontece
Quando uma mulher encontra o mar
Talvez valesse explicar a quem lê
Que esta apresentação está coberta
Da maresia do texto que se segue
Aos goles salgados, doces
Etílicos e brandos
As três seções de tudo que já nadei
Nos vão entrando pela cabeça
Revirando, se assentando
Nos nossos estômagos, mas chegam, certamente, ao coração
E é lá onde Letrux está acostumada
A fazer o seu melhor, pior
Vejam, nessa posição de induzir ao salto
De convidar ao mergulho, de sugerir submersão
Dispo-me por completo
De qualquer semblante de salva-vidas
Nada deve ser salvo desse oceano
Algo de muito poderoso acontece
Quando uma mulher se encontra com seu mar
A literatura mundial está repleta de tais encontros
Vírginia Woolf nos brindou com três romances sobre o tema
A viagem, Ao farol e Às ondas
Cada um deles é capaz de colocar quem lê, à deriva
Num fluxo infindável de uma consciência
Que revolucionaria a forma de narrar literatura
No início do século 20
Na poesia, para ficar com exemplo caro a nossa história
Sophia de Mello Breyner Andresen
Primeira mulher a receber o prêmio Camões
Foi talvez a artista do século 20 que mais cantou encontro
O dia do mar, Coral
Mar novo, Navegações
Ilhas, Musa e Búzio de cós
São alguns exemplos da potência criativa
Que há na mistura de mar e mulher
E são dela, aliás, os versos que Maria Bethânia
Eternizou na abertura da canção Canto de Oxum
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
No Brasil, Água viva
É o romance no qual Clarice Lispector
Conflui poesia e prosa
Num híbrido tão profundo quanto misterioso
Capaz de transfigurar os sentidos dos verbos de nossa língua
Este é o escrito em que o verbo sertorna-se intransitivo
Na tentativa de guiar uma viagem
Percebo que naveguei minhas referências
Na Inglaterra, em Portugal, no Brasil
E no tributo às matrizes africanas presentes em nossa cultura
Percebo também que esse efeito é fluxo e refluxo
Da leitura de tudo que já nadei
E espero provocar em quem lê
Um desejo de desbravar, explorar, mergulhar
E buscar toda forma de expressão potente
Vindoura de um encontro
Poderoso com o mar que nos habita
E que costuma ser tão bem descrito por mulheres
Rita von Hunty
Letrux é Letícia Novaes com todas as letras
Garota esperta com anos de praia
Suficientes para como Macalé aprender a nadar
E quem nada, tudo, tidal
Letícia flutua e mergulha, superficial e profunda
Como pop music
Escrever é uma coisa, fazer querer ler
É outra inteiramente diversa
Flutue e mergulhe
Os textos são suas bóias de braço
E nade, de nada
Lulu Santos
Já nas primeiras páginas lendo Letícia Letrux
É como tomar um caldo e se divertir com isso
Rir de si mesma, é puro mar
Mas ainda sim eu rio
Pororoca
Me fez lembrar de quando aprendi a nadar
Me fez pensar em quanto o mar
Me atrai e apavora
Ler tudo que já nadei me deu vontade de boiar
E mais uma vez me sentir acolhida no mar como no útero
Não que eu me lembre
Do mar sim, do útero, nem tanto
Mas sei que tem água também
Tudo que já nadei
Escrito e narrado por Letrux
Bom mergulho
Navegar é preciso
Algo de muito poderoso acontece
Quando uma mulher encontra o mar
Talvez valesse explicar a quem lê
Que esta apresentação está coberta
Da maresia do texto que se segue
Aos goles salgados, doces
Etílicos e brandos
As três seções de tudo que já nadei
Nos vão entrando pela cabeça
Revirando, se assentando
Nos nossos estômagos, mas chegam, certamente, ao coração
E é lá onde Letrux está acostumada
A fazer o seu melhor, pior
Vejam, nessa posição de induzir ao salto
De convidar ao mergulho, de sugerir submersão
Dispo-me por completo
De qualquer semblante de salva-vidas
Nada deve ser salvo desse oceano
Algo de muito poderoso acontece
Quando uma mulher se encontra com seu mar
A literatura mundial está repleta de tais encontros
Vírginia Woolf nos brindou com três romances sobre o tema
A viagem, Ao farol e Às ondas
Cada um deles é capaz de colocar quem lê, à deriva
Num fluxo infindável de uma consciência
Que revolucionaria a forma de narrar literatura
No início do século 20
Na poesia, para ficar com exemplo caro a nossa história
Sophia de Mello Breyner Andresen
Primeira mulher a receber o prêmio Camões
Foi talvez a artista do século 20 que mais cantou encontro
O dia do mar, Coral
Mar novo, Navegações
Ilhas, Musa e Búzio de cós
São alguns exemplos da potência criativa
Que há na mistura de mar e mulher
E são dela, aliás, os versos que Maria Bethânia
Eternizou na abertura da canção Canto de Oxum
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
No Brasil, Água viva
É o romance no qual Clarice Lispector
Conflui poesia e prosa
Num híbrido tão profundo quanto misterioso
Capaz de transfigurar os sentidos dos verbos de nossa língua
Este é o escrito em que o verbo sertorna-se intransitivo
Na tentativa de guiar uma viagem
Percebo que naveguei minhas referências
Na Inglaterra, em Portugal, no Brasil
E no tributo às matrizes africanas presentes em nossa cultura
Percebo também que esse efeito é fluxo e refluxo
Da leitura de tudo que já nadei
E espero provocar em quem lê
Um desejo de desbravar, explorar, mergulhar
E buscar toda forma de expressão potente
Vindoura de um encontro
Poderoso com o mar que nos habita
E que costuma ser tão bem descrito por mulheres
Rita von Hunty
Letrux é Letícia Novaes com todas as letras
Garota esperta com anos de praia
Suficientes para como Macalé aprender a nadar
E quem nada, tudo, tidal
Letícia flutua e mergulha, superficial e profunda
Como pop music
Escrever é uma coisa, fazer querer ler
É outra inteiramente diversa
Flutue e mergulhe
Os textos são suas bóias de braço
E nade, de nada
Lulu Santos
Já nas primeiras páginas lendo Letícia Letrux
É como tomar um caldo e se divertir com isso
Rir de si mesma, é puro mar
Mas ainda sim eu rio
Pororoca
Me fez lembrar de quando aprendi a nadar
Me fez pensar em quanto o mar
Me atrai e apavora
Ler tudo que já nadei me deu vontade de boiar
E mais uma vez me sentir acolhida no mar como no útero
Não que eu me lembre
Do mar sim, do útero, nem tanto
Mas sei que tem água também
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