Ressaca.3 - Tudo que já nadei
Após o enterro, fui ao cinema, dopada
Não podia ficar em casa, não podia ficar parada
Eu não podia existir depois, não podia ser real
Apelei para a ficção do cinema
Pra ver se tudo era mentira mesmo
Faltavam quatro meses pra eu fazer 18 anos
Senti o gosto de chumbo da morte na boca
Fui atrás da paixão pela independência
Da busca das experiências, do ineditismo, da coragem
Fui atrás de imitá-la, de ser um pouco ela
Tem um tempo já, achei um caderno de perguntas
Você sabe, aquele caderno com perguntas
Todos respondiam no outro século
Uma besteirinha, ela respondeu
Com fome, lia todas as suas respostas
Pois, ali se fazia presente, viva
Era um telefonema do além
A pergunta de número 32 era
Você tem medo de quê?
Eu e minhas curiosidades, desde sempre
Ela respondeu: De morrer cedo
Flores que parecem um nariz
Vozes que parecem envelopes
Do alto desse coreto, eu espero na escadinha
Enquanto você caminha até mim
Talvez chova nesta tarde, cai a lua, gira o sol
Marina ganhou uma prancha de surfe
Meteorologia, eu quero uma pra viver
Entrei num mar inédito
Fui ao fundo, para que pudesse aguentar
A trolha que se anunciava
Ondas maiores vieram
Passei pela primeira sem sacode
Um homem surge ao meu lado
E enquanto uma mais gigante ainda se aproxima
Diz: É só mergulhar bem fundo, menina!
Penso em avisar que sou filha dela
E não donzela à procura de um resgate
Mas apenas obedeço e ralo meu peito na areia
Resíduo de sacode
Spasiba
Fui dar um tibum em Copacabana
E tinha um russo, creio, com uma moça
Que entendi pelo papo que era prostituta
O cara falava com aquele inglês sofrível
E a mulher lá cheia de produto
Para que os pelos pretos fiquem brancos
O cara devia estar feliz, o pau mezzo duro
Ou já tinha comido
Ou era a garantia de comer mais tarde
Aquela coisa, aquele esquema
Eu de óculos escuros arrumando assunto
Enquanto me aqueço pra tomar coragem e mergulhar
A água hoje está gélida, de doer o grelo
Acham que é só o saco, mas o grelo também congela
Eu entro mesmo assim, e quando saio do mergulho
Me visualizo como uma grande bala Halls preta
Tal qual monólito, plantada na areia
Me ajuda isso, essa visualização me dá coragem
Pois lá pelas tantas
Ele se empolga em contar uma história
E desata a falar, até que a moça olha
Com cara de nada e faz um: Aham
Ao que ele fica triste e olha para o mar
Dizendo: Oh fuck, you don't understand me
A moça continua não entendendo
E passando produtos clareadores de pentelhos
Sinto vontade de ir até lá comparar o valor
Da psicanálise com o da penetração
E citar também o valor da amizade
Mas como já disse Edna, minha ex-analista
Beijo, Edna!
Não podia ficar em casa, não podia ficar parada
Eu não podia existir depois, não podia ser real
Apelei para a ficção do cinema
Pra ver se tudo era mentira mesmo
Faltavam quatro meses pra eu fazer 18 anos
Senti o gosto de chumbo da morte na boca
Fui atrás da paixão pela independência
Da busca das experiências, do ineditismo, da coragem
Fui atrás de imitá-la, de ser um pouco ela
Tem um tempo já, achei um caderno de perguntas
Você sabe, aquele caderno com perguntas
Todos respondiam no outro século
Uma besteirinha, ela respondeu
Com fome, lia todas as suas respostas
Pois, ali se fazia presente, viva
Era um telefonema do além
A pergunta de número 32 era
Você tem medo de quê?
Eu e minhas curiosidades, desde sempre
Ela respondeu: De morrer cedo
Flores que parecem um nariz
Vozes que parecem envelopes
Do alto desse coreto, eu espero na escadinha
Enquanto você caminha até mim
Talvez chova nesta tarde, cai a lua, gira o sol
Marina ganhou uma prancha de surfe
Meteorologia, eu quero uma pra viver
Entrei num mar inédito
Fui ao fundo, para que pudesse aguentar
A trolha que se anunciava
Ondas maiores vieram
Passei pela primeira sem sacode
Um homem surge ao meu lado
E enquanto uma mais gigante ainda se aproxima
Diz: É só mergulhar bem fundo, menina!
Penso em avisar que sou filha dela
E não donzela à procura de um resgate
Mas apenas obedeço e ralo meu peito na areia
Resíduo de sacode
Spasiba
Fui dar um tibum em Copacabana
E tinha um russo, creio, com uma moça
Que entendi pelo papo que era prostituta
O cara falava com aquele inglês sofrível
E a mulher lá cheia de produto
Para que os pelos pretos fiquem brancos
O cara devia estar feliz, o pau mezzo duro
Ou já tinha comido
Ou era a garantia de comer mais tarde
Aquela coisa, aquele esquema
Eu de óculos escuros arrumando assunto
Enquanto me aqueço pra tomar coragem e mergulhar
A água hoje está gélida, de doer o grelo
Acham que é só o saco, mas o grelo também congela
Eu entro mesmo assim, e quando saio do mergulho
Me visualizo como uma grande bala Halls preta
Tal qual monólito, plantada na areia
Me ajuda isso, essa visualização me dá coragem
Pois lá pelas tantas
Ele se empolga em contar uma história
E desata a falar, até que a moça olha
Com cara de nada e faz um: Aham
Ao que ele fica triste e olha para o mar
Dizendo: Oh fuck, you don't understand me
A moça continua não entendendo
E passando produtos clareadores de pentelhos
Sinto vontade de ir até lá comparar o valor
Da psicanálise com o da penetração
E citar também o valor da amizade
Mas como já disse Edna, minha ex-analista
Beijo, Edna!
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