Ressaca.16 - Tudo que já nadei
Trocentos anos depois
Sem espaço para nadar
Precisando de apenas um impulso
Para ir de uma borda a outra
Me vejo aqui na plateia do reino
Das tias sem culpas
Agora é a sua vez Pedro
Atravessa
O sexo das coisas
Para minha confusão juvenil
Velhos e gringos sempre me curtiram
Acho que eu parecia antiga
Acho que parecia exótica, era batata
Grupo de trocentas amigas Hts de um lado
E trocentos homens Hts do outro
Se havia um primo, ou um conhecido gringo
Ele vinha falar comigo
Passei um bocadinho
E minha mãe me colocou no CCAA
The world is yours
E o mundo foi meu mesmo
Mas sempre peguei pra mim
Cada língua que aprendi
Dizem que o melhor é pensar em inglês
Ou na língua que for
Mas eu não consigo ao certo
Acabo traduzindo, mesclando, dislexizando
Um grande bololô linguístico
Say: Iow
Ou: Can you please eject the iogurt
From the refrigerator?
Mandei certa vez
Ao que o rapaz disse que entendia
O que eu queria dizer
Mas que tal palavra não era usada pra isso
Mas fiz valer minha ideia, enfim
Cinzeiros eram: Where are you put the dead cigars?
E por aí vai
Até que um dia
Os gringos começaram a me perturbar
Com perguntas, cuja a resposta eu não sabia
E não encontrava ninguém que soubesse
Letícia, Why is television a girl, in Brazil?
A televisão, how can I know that?
Porque os bichinhos usan it né
Objeto é it
Mó mão na roda isso
Que é loucura mesmo
A gente só sabe de osmose, demente, gramatical
Português, te amo
Mas tem certas coisas que eu não sei dizer
Daí, adentrei o macabro universo
Do sexo das coisas
Brasileiras, claro!
E percebi que há de certa forma
Um tom heterossexual para o lance
Por exemplo: banheira, é feminina
A banheira
Mas chuveiro, que entra, o que mete
É menino: O chuveiro, rá
Vai vendo
TV é mulher
Mas filme é homem
Boca, guria
Dente, rapazes
A boca, os dentes, viagem
Uma casa é menina
Mas apartamento é menino
A mão, artigo feminino
O dedo, artigo masculino
Se liga, eu me embolo, posso ficar horas
Mas quero poupá-los desses minutos do meu banho
Ou da minha mania de ficar de cabeça pendurada
Na cama, irrigando o cerebelo
E visualizando agora, o sexo, o it das coisas
E ainda rola uns casos das trocas globalizadas
Mar na França é menina
Nariz na Espanha é menina também
Seriam trans as palavras?
Nariz em espanhol é menina
E mar em francês também
Coisa linda o mar ser mulher
Sem espaço para nadar
Precisando de apenas um impulso
Para ir de uma borda a outra
Me vejo aqui na plateia do reino
Das tias sem culpas
Agora é a sua vez Pedro
Atravessa
O sexo das coisas
Para minha confusão juvenil
Velhos e gringos sempre me curtiram
Acho que eu parecia antiga
Acho que parecia exótica, era batata
Grupo de trocentas amigas Hts de um lado
E trocentos homens Hts do outro
Se havia um primo, ou um conhecido gringo
Ele vinha falar comigo
Passei um bocadinho
E minha mãe me colocou no CCAA
The world is yours
E o mundo foi meu mesmo
Mas sempre peguei pra mim
Cada língua que aprendi
Dizem que o melhor é pensar em inglês
Ou na língua que for
Mas eu não consigo ao certo
Acabo traduzindo, mesclando, dislexizando
Um grande bololô linguístico
Say: Iow
Ou: Can you please eject the iogurt
From the refrigerator?
Mandei certa vez
Ao que o rapaz disse que entendia
O que eu queria dizer
Mas que tal palavra não era usada pra isso
Mas fiz valer minha ideia, enfim
Cinzeiros eram: Where are you put the dead cigars?
E por aí vai
Até que um dia
Os gringos começaram a me perturbar
Com perguntas, cuja a resposta eu não sabia
E não encontrava ninguém que soubesse
Letícia, Why is television a girl, in Brazil?
A televisão, how can I know that?
Porque os bichinhos usan it né
Objeto é it
Mó mão na roda isso
Que é loucura mesmo
A gente só sabe de osmose, demente, gramatical
Português, te amo
Mas tem certas coisas que eu não sei dizer
Daí, adentrei o macabro universo
Do sexo das coisas
Brasileiras, claro!
E percebi que há de certa forma
Um tom heterossexual para o lance
Por exemplo: banheira, é feminina
A banheira
Mas chuveiro, que entra, o que mete
É menino: O chuveiro, rá
Vai vendo
TV é mulher
Mas filme é homem
Boca, guria
Dente, rapazes
A boca, os dentes, viagem
Uma casa é menina
Mas apartamento é menino
A mão, artigo feminino
O dedo, artigo masculino
Se liga, eu me embolo, posso ficar horas
Mas quero poupá-los desses minutos do meu banho
Ou da minha mania de ficar de cabeça pendurada
Na cama, irrigando o cerebelo
E visualizando agora, o sexo, o it das coisas
E ainda rola uns casos das trocas globalizadas
Mar na França é menina
Nariz na Espanha é menina também
Seriam trans as palavras?
Nariz em espanhol é menina
E mar em francês também
Coisa linda o mar ser mulher
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