Ressaca.19 - Tudo que já nadei
Diz que, pra água-viva
É afrodisíaco morrer
Diz que
Eu não consigo nem
Confesso que já tomei tudo na vida
Não sou dada à compulsão
Portanto posso provar tudo
Prefiro a lisergia do que a fritação
Visto que já nasci frita
Prefiro que algo me derreta
Me tire do estado cafeinado que nasci
Tenho urgências de outras vidas, nessa mesma
Uma grande confusão cármica espiritual
Obedeço a mim
E a uma ordem silenciosa
Que insiste em me iluminar
E me apagar vez em quando
Demoro a repetir essas práticas
Porque cada experiência
É única e pulsa meses
Até anos depois
Ainda sinto flashbacks
Não sentindo necessidade
E tendo até medo
De repetir com constância
Crio circunstâncias inéditas
Pois odeio comparações
Guardo estatelada
O primeiro ácido em Alto Paraíso
A mescalina em Barra Grande
Depois daquilo
Minha íris se expandiu tanto
O cérebro acompanhou
O coração seguiu
E travas ou gavetas se libertaram
Encaro como psicanálise
Que também pratico
Pois a vida não pode ser só uma coisa
Só terapia, só misticismo
Só ciência, só drogas
Só passe, só reiki, só Jesus, só
É mentira
É preciso passear
E a abertura multidimensional
Cresceu com a lisergia
Um beijo para Timothy Leary
Estou dando essa volta toda
Pra te contar que depois de quatro meses
Isolada na serra
Protegida por Oxossi pela acolhida
Agradecendo a Oxum
Pelo amadrinhamento momentâneo
Voltei para a casa que havia acabado
De alugar no Rio de Janeura
Morava num prédio em cuja frente
Do meio da rua, da calçada não
Só da rua, eu conseguia ver o mar
Dos dois lados, fascinação
Pra esquerda, Ipanema
Pra direita, Copacabana
Mar all around
Doente, deprimida, drástica
Decisiva e dantesca
Decidi dar um mergulho
Dia de semana, cedíssimo
Fui toda aparatada, nem levei canga
Pois sabia que não ficaria
Não era um dia comum
Mil pessoas tinham morrido
Eu lutava contra uma culpa absurda
Em estar fazendo aquilo
Mas sentindo que talvez
A próxima morta poderia ser eu
Por outros motivos
Ridícula, egoísta e absurda
Tenho noção
Mas estava à beira do surto
Não tinha mais noção
Inacreditavelmente
Poucas pessoas dentro d'água
Tiro minha máscara, meu vestido
Bem perto do mar
Começo a sentir os efeitos
De uma euforia e me embasbaco
Pensando o quão possível
Também é sentir isso naturalmente
Está batendo, estou sentindo
Molho os pés
Não há temperatura da água
Não há cheiro, não há cor
Não há textura, há a água
Sem desígnios
Esquisitamente mergulho
E começo a chorar, a gritar, a dançar
Boiando ou mergulhando
Algum astronauta está me vendo
E está preocupado
Alguma ET está me analisando
E cogitando se me sequestra
Mesmo com útero envelhecendo
Unforgettable
Como canta Nat King Cole
E eu me ajoelho
Ainda que a gravidade da água
Não me deixe fincar
E que bom que a gravidade
Não me permite
Gosto de sentir a areia nos joelhos
É afrodisíaco morrer
Diz que
Eu não consigo nem
Confesso que já tomei tudo na vida
Não sou dada à compulsão
Portanto posso provar tudo
Prefiro a lisergia do que a fritação
Visto que já nasci frita
Prefiro que algo me derreta
Me tire do estado cafeinado que nasci
Tenho urgências de outras vidas, nessa mesma
Uma grande confusão cármica espiritual
Obedeço a mim
E a uma ordem silenciosa
Que insiste em me iluminar
E me apagar vez em quando
Demoro a repetir essas práticas
Porque cada experiência
É única e pulsa meses
Até anos depois
Ainda sinto flashbacks
Não sentindo necessidade
E tendo até medo
De repetir com constância
Crio circunstâncias inéditas
Pois odeio comparações
Guardo estatelada
O primeiro ácido em Alto Paraíso
A mescalina em Barra Grande
Depois daquilo
Minha íris se expandiu tanto
O cérebro acompanhou
O coração seguiu
E travas ou gavetas se libertaram
Encaro como psicanálise
Que também pratico
Pois a vida não pode ser só uma coisa
Só terapia, só misticismo
Só ciência, só drogas
Só passe, só reiki, só Jesus, só
É mentira
É preciso passear
E a abertura multidimensional
Cresceu com a lisergia
Um beijo para Timothy Leary
Estou dando essa volta toda
Pra te contar que depois de quatro meses
Isolada na serra
Protegida por Oxossi pela acolhida
Agradecendo a Oxum
Pelo amadrinhamento momentâneo
Voltei para a casa que havia acabado
De alugar no Rio de Janeura
Morava num prédio em cuja frente
Do meio da rua, da calçada não
Só da rua, eu conseguia ver o mar
Dos dois lados, fascinação
Pra esquerda, Ipanema
Pra direita, Copacabana
Mar all around
Doente, deprimida, drástica
Decisiva e dantesca
Decidi dar um mergulho
Dia de semana, cedíssimo
Fui toda aparatada, nem levei canga
Pois sabia que não ficaria
Não era um dia comum
Mil pessoas tinham morrido
Eu lutava contra uma culpa absurda
Em estar fazendo aquilo
Mas sentindo que talvez
A próxima morta poderia ser eu
Por outros motivos
Ridícula, egoísta e absurda
Tenho noção
Mas estava à beira do surto
Não tinha mais noção
Inacreditavelmente
Poucas pessoas dentro d'água
Tiro minha máscara, meu vestido
Bem perto do mar
Começo a sentir os efeitos
De uma euforia e me embasbaco
Pensando o quão possível
Também é sentir isso naturalmente
Está batendo, estou sentindo
Molho os pés
Não há temperatura da água
Não há cheiro, não há cor
Não há textura, há a água
Sem desígnios
Esquisitamente mergulho
E começo a chorar, a gritar, a dançar
Boiando ou mergulhando
Algum astronauta está me vendo
E está preocupado
Alguma ET está me analisando
E cogitando se me sequestra
Mesmo com útero envelhecendo
Unforgettable
Como canta Nat King Cole
E eu me ajoelho
Ainda que a gravidade da água
Não me deixe fincar
E que bom que a gravidade
Não me permite
Gosto de sentir a areia nos joelhos
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