Quebra-mar.8 - Tudo que já nadei
Vejo uma tchurminha na água
Meninas e meninos entre 6 e 10
Paro de correr e me hipnotizo
A mãe me olha e se espanta
Como se eu tivesse problemas
E eu os tenho
Mas hoje, apenas hoje
Queria duas amigas
Para mergulhar de noite comigo
E ficarem paradinhas na beira, sem álcool
Indo e vindo
E falando sobre desenhos
Cachorros ou brinquedos
Que nós ainda não temos
Brutal
Ultimamente, quando eu olho pra tua cara
É como se eu abrisse os olhos embaixo d'água
Sei que é bonito, mas não vejo nada nítido
Não vejo nada específico
Poderia haver uma concha inédita
Ou até mesmo um bicho marinho
Que me ameaçasse
Mas é tudo turvo, tudo desfocado
Cor bonita sem nitidez
Ultimamente tenho brincado de cegueira
Como seria entrar no mar sem enxergar
Como seria nunca mais olhar na tua cara
Vou entrando, sentindo a água nos pés
Nas pernas, no cu
Nas costelas, nos suvacos
No peito, no pescoço
Eu cogito abrir os olhos
Pra não esbarrar em ninguém
Mas já estou sendo considerada
A nova maluca de branco
De Ipanema, da Tijuca
Então insisto na cegueira
Até que os ouvidos sejam tapados
Até que a gravidade se ocupe da força
E quando eu estou quase ofelizando
Eu abro os olhos embaixo d'água
E eis você
Tão feio
Tão bonito
Tão você
Ultimamente
Feliz ano novo
Para Sylvia Earle
Que vocês precisam conhecer
Debaixo d'água sou dançarina
Flácida e contorcionista
Talvez de uma companhia de um país frio
Debaixo d'água sou muito alongada
Trapezista eufórica
Com a ingressão da modalidade nas olimpíadas
Debaixo d'água sou um feto
Com 80% de chance
Corpo sem órgãos, mezzo girino
Debaixo d'água não sinto fome
Tampouco sono, pouco ódio
Debaixo d'água me acho rara
Porque mamífera
Mas me sei comum
Porque baleia
Debaixo d'água
Consigo a façanha do choro
Água da lágrima, água do mar
Jamais vai faltar sal no mundo
O mar, meu senhor, la mère, madame
Debaixo d'água não existo
E quem diria
Essa ser a melhor coisa do mundo
Com Certeza Correnteza
Já dei mais
Agora dou pouco
A conta chega e não consigo
Já consegui
Já fui boa em 348 dividido por mesa com nove
Já fui nobre em brigas destemperadas
Já fui razoável em falhas cidadânicas
Meninas e meninos entre 6 e 10
Paro de correr e me hipnotizo
A mãe me olha e se espanta
Como se eu tivesse problemas
E eu os tenho
Mas hoje, apenas hoje
Queria duas amigas
Para mergulhar de noite comigo
E ficarem paradinhas na beira, sem álcool
Indo e vindo
E falando sobre desenhos
Cachorros ou brinquedos
Que nós ainda não temos
Brutal
Ultimamente, quando eu olho pra tua cara
É como se eu abrisse os olhos embaixo d'água
Sei que é bonito, mas não vejo nada nítido
Não vejo nada específico
Poderia haver uma concha inédita
Ou até mesmo um bicho marinho
Que me ameaçasse
Mas é tudo turvo, tudo desfocado
Cor bonita sem nitidez
Ultimamente tenho brincado de cegueira
Como seria entrar no mar sem enxergar
Como seria nunca mais olhar na tua cara
Vou entrando, sentindo a água nos pés
Nas pernas, no cu
Nas costelas, nos suvacos
No peito, no pescoço
Eu cogito abrir os olhos
Pra não esbarrar em ninguém
Mas já estou sendo considerada
A nova maluca de branco
De Ipanema, da Tijuca
Então insisto na cegueira
Até que os ouvidos sejam tapados
Até que a gravidade se ocupe da força
E quando eu estou quase ofelizando
Eu abro os olhos embaixo d'água
E eis você
Tão feio
Tão bonito
Tão você
Ultimamente
Feliz ano novo
Para Sylvia Earle
Que vocês precisam conhecer
Debaixo d'água sou dançarina
Flácida e contorcionista
Talvez de uma companhia de um país frio
Debaixo d'água sou muito alongada
Trapezista eufórica
Com a ingressão da modalidade nas olimpíadas
Debaixo d'água sou um feto
Com 80% de chance
Corpo sem órgãos, mezzo girino
Debaixo d'água não sinto fome
Tampouco sono, pouco ódio
Debaixo d'água me acho rara
Porque mamífera
Mas me sei comum
Porque baleia
Debaixo d'água
Consigo a façanha do choro
Água da lágrima, água do mar
Jamais vai faltar sal no mundo
O mar, meu senhor, la mère, madame
Debaixo d'água não existo
E quem diria
Essa ser a melhor coisa do mundo
Com Certeza Correnteza
Já dei mais
Agora dou pouco
A conta chega e não consigo
Já consegui
Já fui boa em 348 dividido por mesa com nove
Já fui nobre em brigas destemperadas
Já fui razoável em falhas cidadânicas
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